domingo, setembro 05, 2010

Setembro 2010

Regresso ao Trabalho



   O mês de Setembro traz-nos o final das férias, o regresso às actividades laborais normais e o desenvolvimento dos projectos em execução. Infelizmente, ao nível macroeconómico o final do Agosto não significou o final da “Silly Season”. As políticas monetárias e orçamentais do espaço económico Europeu continuam marcadas pela fase do disparate. Com o Euro artificialmente valorizado e sem base de sustentação nos fundamentais da economia, talvez escapemos de uma crise cambial, mas o empobrecimento colectivo está no nosso caminho de cidadãos da Eurolândia. Enquanto nos Estados Unidos da América, o Presidente Obama desenvolve políticas de reforço do investimento público e de apoio (sério e a sério) às PME, neste lado do Atlântico finge-se que o pior já passou e que já é tempo de pôr travão a qualquer espécie de sobreaquecimento que só deve assolar os pobres neurónios dos ilustres colegas do BCE e alguns governantes Alemães. Nos Estados Unidos perante políticas muito mais efectivas, Krugman afirma que não é suficiente, por aqui assobia-se para o ar…
Tudo isto tem um preço, bem alto aliás, que é a instabilidade permanente que os mercados não vão deixar de sentir nos próximos tempos, que se reflecte na diminuição dos incentivos ao investimento privado e nos solavancos da confiança dos consumidores. Pura e simplesmente, assim vai demorar muito mais a sairmos da situação actual. Mas convém esclarecer para que ninguém pense que isto é culpa dos governantes Portugueses. A Política Monetária e Cambial Portuguesa estão entregues a Frankfurt e a Política Orçamental está altamente condicionada pelo nosso défice e pela política pro-cíclica que Berlim está a impor a toda a Europa. Como ainda por cima, existem deste lado do Atlântico muitas inteligências que querem formatar os mercados financeiros, temos o Euro muito acima do que vale, prejudicando exportações, destruindo empresas e criando desemprego Europeu. Claro que Americanos, Japoneses e Chineses não se importam nada que nós compremos uma fatia cada vez maior da crise global e os aliviemos desse fardo…
Votos de bom regresso ao trabalho com um mês altamente produtivo.