sábado, janeiro 01, 2011

Janeiro 2011

Bem-vindo 2011.



O ano em que Portugal terá de se virar decididamente para a Lusofonia.



   Ainda as badaladas do novo ano ecoam nas memórias e já estamos a iniciar um novo período de trabalho. As perspectivas e as expectativas para o novo ano estão marcadas pelo espectro da recessão, do aumento do desemprego em mais de 150 mil postos de trabalho actuais e pelo desespero colectivo perante uma crise social que promete instalar-se. Perante este cenário, observamos uma classe política praticamente inimputável, constituída por demasiadas individualidades comprovadamente irresponsáveis, preocupada apenas com a eleição presidencial e com as consequências para o xadrez político e partidário que daí advirão. Incrivelmente, assiste-se ao espectáculo despudorado de um grupo de políticos que se preparam para aproveitar o resultado mais do que provável das presidenciais para mergulharem o país numa crise política, da qual esperam obter não só o regresso ao poder mas também os benefícios pessoais e mordomias a que tiveram de se desabituar nos últimos tempos. Afinal parece que temos novos comensais esfomeados e cada vez com menos paciência para esperarem pela sua vez. Com o real estado do país parece que não há muito quem se preocupe…
Esperemos que esta opção pela baixa política não acabe por colocar em causa o próprio regime democrático que custou tanto a conquistar e que tão mal tratado tem sido.
No campo da economia real, o novo ano trará um inevitável abrandamento dinâmico no mercado interno. Isto é inegável. No entanto, será que face a esta inevitabilidade causada pelas políticas públicas, existe espaço para mais do que crise, para pensarmos em oportunidades? Claro que sim!
O espaço da Lusofonia, onde nós temos a enorme vantagem competitiva da língua comum, promete crescer fortemente durante este ano. O Brasil é hoje uma certeza, sendo uma potência emergente altamente competitiva e um mercado em forte crescimento. O aumento da procura mundial, impulsionando a subida dos preços do petróleo farão Angola reviver os seus melhores anos. Vamos voltar a ouvir falar e muito deste mercado. Moçambique é hoje uma certeza e um porto seguro para investimentos com maturidade a longo prazo e que permitirá estabelecer bases de crescimento e desenvolvimento para muitas e muitas empresas Portuguesas. Cabo Verde representa uma porta de entrada para um mercado de mais de 200 milhões de consumidores, com um regime fiscal muito favorável e crescimento económico constante acima de 6 por cento anuais. Macau é um pilar do comércio internacional, abrindo portas para a China e com a vantagem de ser a porta para a Lusofonia. Timor e São Tomé e Príncipe têm petróleo e mais dia, menos dia começarão a enriquecer. Apenas a Guiné constitui uma aposta incerta, mas trata-se de um gigante adormecido que se conseguir alguma estabilidade política, dará elevadíssimo retorno aos investidores que apostarem no país.
Neste cenário global, o pior local para viver o próximo ano será mesmo em Portugal. Logicamente, depende das empresas Portuguesas entenderem a posição estratégica em que se encontram e explorarem as oportunidades imensas que estão mesmo à nossa frente. Os descobrimentos Portugueses e 500 anos de história colocam-nos, apesar de tudo, em posição privilegiada.
Saibamos acolher 2011 como o ano das oportunidades e superaremos a crise!